Meu nome é Zélio Estanagel de Barros, estou com 68 anos e moro em Itapetininga-SP. Apesar da minha idade, gostaria de rever aquelas que foram minhas professoras no ensino fundamental, no período de 1951 a 1957, na Escola Adherbal de Paula Ferreira.
Iniciei meus estudos na cidade do Guareí, no Bairro Jacutinga e minha primeira professora foi D. Yolanda. No mesmo ano eu e minha família mudamos para Itapetininga em 1951, quando fui matriculado na escola Aderbal e na verdade foi aqui em Itapetininga que meu aprendizado começou, porque no Guareí eu não trouxe nada, foi pouco tempo na escola e não aprendi coisa alguma.
Sofri muito aqui, pois era apegado com o sítio. Nasci no sítio e vivi lá até os sete anos de idade. Deixei lá uma amizade infantil claro, mas muito sincera e divina. Eu era apegado também com os animais. Na ocasião da mudança eu chorava muito, não queria vir para Itapetininga, mas criança não tem escolha. Então eu ia para o Guareí no primeiro dia de férias e só voltava um dia antes de começar as aulas. Ficava na casa de uma tia que gostava muito de mim e eu deles, meus tios e meu primo, uns dois anos mais novo que eu. Esta minha experiência de infância, pode ter cooperado para alguma rebeldia da minha parte, pois eu tinha uma dificuldade enorme no aprendizado. Eu não conseguia entender o que era passado para a classe e dava muito trabalho para as professoras que faziam de tudo pra não deixar nenhum aluno para trás. E é por isso que me deu de repente a vontade de escrever algo sobre isso. Onde estarão as mestras que foram tão dedicadas e tolerantes comigo? Certamente algumas já estão com Deus, outras são bem idosas, mas estão bem vivinhas... Mas onde estão? Naquele tempo se falava 1º ano, 2º ano e assim sucessivamente. Onde estará D. Judite Villaça? Dona Cecília, esposa do Sr. Ari Pena? E a D. Cecília esposa do Sr. Jacinto? Eles moravam onde hoje é a padaria Barão! D. Alzira, naquele tempo era namorada do Sr. João Olímpio, D. Celina, D. Ema, D. Ruth? D. Elza e D. Lurdes Correia Rolim?
Essas professoras nos agüentavam das sete até ao meio dia, ensinavam com afinco e nós aprendíamos querendo ou não. E sou grato imensamente, pois se não fosse assim, eu seria analfabeto, já que não gostava da escola. Nenhum aluno podia fazer o que faz hoje. É ai que entrava em cena as tais reguadas e castigo. Nenhum aluno por mais grandão que fosse levantava a crista! E os pais também não podiam intervir como é hoje, principalmente os ricos, que fazem o que querem e decidem pela escola.
Quando tinha festinha, elas demonstravam carinho. Eu nunca vou esquecer que ganhamos numa dessas festinhas, cada aluno, um saquinho cheio de balas e doces, feito pela professora na casa dela e tinha a boca amarrada com muito carinho. Nunca vou esquecer.
Obrigado Mestras, professoras abençoadas, fiquem com Deus onde quer que estejam.
Quantas saudades...
Obs: Quem tiver informações sobre alguma delas, favor entrar em contato.
Itapetininga, 26/05/2012
Zélio Estanagel de Barros
p.s. - Este texto foi escrito para ser divulgado em algum jornal. Decidi colocar aqui no blog também. Por coincidências da vida, mas creio que foi mesmo pela mão de Deus, meu pai já tem informação de uma das professoras, que mora aqui em Itapetininga e em breve irão se ver. Vou registrar o encontro e postar aqui também.